Passeio Cultural

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Passeio Cultural

O presente projeto visa a garantia da realização de passeios e viagens organizadas pela nossa  equipe  proporcionando aos associados e seus familiares o conhecimento de pontos turísticos, locais de lazer e diversão, centros histórico-culturais e outros, contribuindo para o protagonismo social e fortalecimento dos vínculos sócio-familiares. Estas ações são desenvolvidas por meio de um contrato com empresa de turismo, sendo o local definido com os próprios associados, e realizadas ações de contato com os familiares. A viagem principal acontece em maio, nas proximidades do dia 18, data em que se comemora o dia da Luta Antimanicomial.

Faz-se necessário, ainda, prévios contatos com restaurantes e pontos de apoio do destino, a fim de planejarmos alimentação, descanso e outros cuidados necessários, assim como hospedagem, sempre feitos pelo agente de turismo contratado.

Com vista a acompanharmos e avaliarmos a qualidade das ações realizadas, antes, durante e após os passeios, obtemos como recurso a discussão em assembleias com os  associados, reuniões com os associados, equipe e família.

As transformações da assistência em saúde mental, com a criação de novos dispositivos de cuidado e atenção às pessoas em sofrimento psíquico, a partir da reforma psiquiátrica brasileira, se caracterizam por ações que efetivam a construção de um modelo de assistência integral à saúde e qualidade de vida dos sujeitos, papel desempenhado com esmero pela nossa equipe na Andorinhas.

Neste contexto, localizam-se nas Associações de Saúde Mental, cooperativas e trabalhos coletivos recursos singulares, substitutivos às prática manicomiais, cujo maior desafio é a desconstrução de práticas centradas na doença mental e a construção e disponibilização de recursos terapêuticos com foco na saúde e que objetivam a reabilitação psicossocial do sujeito, fazendo um resgate das condições de singularidade, subjetividade, exercício de cidadania e noções de pertencimento e reinserção comunitária, familiar e cultural, permitindo as pessoas em vulnerabilidade psicossocial, apropriação, a significação e a reconstrução de suas histórias de vida.

Esta atividade de suporte terapêutico apontadas acima podem existir na instituição ou fora dela e consistem de visitas, oficinas terapêuticas, atendimentos individuais, grupos educativos e de cidanania, atividades esportivas, festas, e é através destas atividades que os profissionais auxiliam os diversos sujeitos nas reinvenções de suas vidas, inclusive através de aspectos cotidianos, dos quais foram excluídos em nome de um tratamento da doença ou por não “enquadrar” nas normas sociais. Trata-se de tirar tais pessoas do tratamento exclusivamente institucional e colocá-los na vida, mesmo que para isso seja preciso um secretariado técnico que o acompanhe nas mais variadas situações e os fortaleça para serem sujeitos de direitos e pertencimentos, ainda que apresentem em si, a marca da diferença.

Entre outros recursos disponibilizados pela equipe da associação, a oficina de passeio se desponta como de grande interesse dos pacientes, tendo como objetivo o estímulo ao convívio social e à autonomia, inserindo-os em práticas diversas do mundo da cultura, esporte, lazer e exercício de direitos, favorecendo, desse modo, suas participações no território social, enquadrando-se nos procedimento descritos pelo Ministério de Saúde, conforme exposto abaixo:

01.08.035-6 – Promoção de Contratualidade: acompanhamento de usuários em cenários da vida cotidiana – casa, trabalho, iniciativas de geração de renda, empreendimentos solidários, contextos familiares, sociais e no território, com a mediação de relações para a criação de novos campos de negociação e de diálogo, que garantem e propicie a participação dos usuários em igualdade de oportunidades, a ampliação de redes sociais e sua autonomia.

O contato com outra realidade que não à institucional e à qual estão habituados, vivenciando experiências inovadoras, os auxilia na reconstrução de sua história e nos rumos de seu tratamento.

Outro objetivo capital deste tipo de recurso é o trabalho de transformação sócio-cultural acerca da loucura, tantos anos afastada dos olhares da cidade e não por menos, desconhecida em seu aspecto de existência, o que culminou no preconceito que liga loucura e dependencia química à agressividade,  loucura à desrazão, e por si, desrazão à impossibilidade de convívio social.

A iniciativa de acesso a atividades fora da sede da instituição visam, dessa forma, a saída acompanhada destes associados, potencializando-os para a vida e auxiliando-os para a reconstrução de protagonismo no espaço social, contribuindo, amparados no conceito de saúde ampliada, para que os ideais do movimento de mudança das concepções de tratamento dos portadores de transtorno mental possam ultrapassar os documentos norteadores da reforma psiquiátrica e alcançar a efetivação da mudança de foco da loucura, não como uma questão de doença, mas de existência, o que só será possível através de estratégias não só de tratamento dos sintomas, mas também de prevenção e, essencialmente, promoção da saúde.

Objetivos:

– Melhorar a qualidade da atenção em Saúde Mental no município de Ubá e região através de ações que priorizem a intervenção comunitária, a inserção psicossocial, o exercício da cidadania, o aumento da qualidade de vida e da contratualidade social de seus Associados;

– Constituir-se com excelência em uma instituição que favoreça a inserção social das pessoas em sofrimento mental, através de ações junto à família, comunidade e demais instituições, que visem minimizar o preconceito e a discriminação para com o mesmo;

– Incentivar outros projetos que visem a desinstitucionalização das pessoas em vulnerabilidade psicossocial, favorecendo a inclusão deste nos espaços sociais, culturais, de esporte e lazer;

– Efetivar  a Associação Andorinhas, como dispositivo sócio-comunitário, evitando a repetição das ações dos hospitais psiquiátricos como “local adequado” para a loucura.

 Plano de Ação:

  1. Estabelecimento em conjunto com associados e familiares destino da viagem;
  2. Contratar  uma agência de turismo;
  3. Elaboração da listagem de associados/familiares com documento de identificação, repassando para a agência;
  4. Contato com restaurantes e pontos de apoio do destino, a fim de planejarmos alimentação, descanso e outros cuidados necessários;
  5. Reunião com familiares fazendo as orientações da viagem;
  6. Contato com familiares buscando o apoio para cuidados de higiene pessoal, roupas e bagagem;
  7. Organização com equipe da associação para o preparo de lanche, café e água para a viagem.

 

Número de participantes:

Entre 15 e 30 associados beneficiados.

Carga horária:

Conforme cada programação de passeio.

Local de realização:

Sede da Andorinhas– Artes e Culturas (Associação Ubaense de Saúde Mental): Rua Coronel Júlio Soares, 802 – Caxangá, Ubá.