Nossa luta é diária: o cuidado e a valorização do ser humano vai além do olhar para o físico, é imprescindível olhar para a alma

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Nossa luta é diária: o cuidado e a valorização do ser humano vai além do olhar para o físico, é imprescindível olhar para a alma

Ubá, MG – A oficina de cidadania de terça-feira, 14 de maio, da Andorinhas  (Associação Ubaense de Saúde Mental – Artes e Culturas) fala sobre Arthur Bispo do Rosário aos pacientes do CAPS AD III (Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e outras Drogas).

Quem foi Arthur Bispo do Rosário?

Considerado louco por alguns e gênio por outros, Arthur Bispo do Rosário enfrenta o preconceito e os limites entre a insanidade e a arte no Brasil. A sua história liga-se também à da Colônia Juliano Moreira, instituição criada no Rio de Janeiro, na primeira metade do século XX, destinada a abrigar aqueles classificados como anormais ou indesejáveis (doentes psiquiátricos, alcoólatras, e qualquer outro indivíduo que a sociedade julgasse incapaz.

Arthur Bispo do Rosário (Japaratuba, Sergipe, 1911 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1989). Artista visual. Em 1925, muda-se para o Rio de Janeiro, onde trabalha na Marinha Brasileira e na companhia de eletricidade Light. Em 1938, após um delírio místico, apresenta-se a um mosteiro que o envia para o Hospital dos Alienados na Praia Vermelha. Diagnosticado como esquizofrênico-paranoico, é internado na Colônia Juliano Moreira, no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

Início de sua obra

Entre 1940 e 1960, alterna os momentos no hospício e períodos em que exerce alguns ofícios em residências cariocas. No começo da década de 1960, trabalha na Clínica Pediátrica Amiu, onde vive em um quartinho no sótão. Ali, inicia seus trabalhos, realizando com materiais rudimentares diversas miniaturas, como de navios de guerra ou automóveis, e vários bordados. Em 1964, regressa à Colônia, onde permanece até a sua morte. Cria por volta de 1.000 peças com objetos do cotidiano, como roupas e lençóis bordados.

Os trabalhos de Bispo diversificam-se entre justaposições de objetos e bordados. Nos primeiros, utiliza geralmente utensílios do cotidiano da Colônia, como canecas de alumínio, botões, colheres, madeira de caixas de fruta, garrafas de plástico, calçados; e materiais comprados por ele ou pessoas amigas. Para os bordados usa os tecidos disponíveis, como lençóis ou roupas, e consegue os fios desfiando o uniforme azul de interno. Prepara, com seus trabalhos, uma espécie de inventário do mundo para o dia do Juízo Final. Nesse dia se apresentaria a Deus, com um manto especial, como representante dos homens e das coisas existentes.

O manto bordado traz o nome das pessoas conhecidas, para não se esquecer de interceder junto a Deus por elas. Bispo faz também estandartes, fardões, faixas de miss, fichários, entre outros, nos quais borda desenhos, nomes de pessoas e lugares, frases com respeito a notícias de jornal ou episódios bíblicos, reunindo-os em uma espécie de cartografia. A criação das peças, para ele, é uma tarefa imposta por vozes que dizia ouvir.

Valorização da obra

No início da década de 1980, com as questões levantadas pela  arte contemporânea com a antipsiquiatria e as novas teorias sobre a loucura, os trabalhos de Bispo começam a ser valorizados e integrados ao circuito de arte.

Em 1995, com uma vasta seleção de peças, Bispo representa o Brasil na Bienal de Veneza e obtém reconhecimento internacional. Sua obra torna-se uma das referências para as gerações de artistas brasileiros dos anos 1980 e 1990.

Abaixo estão algumas de suas obras:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A saúde é um direito de TODOS.

Está na hora de conhecermos os nossos direito e deveres!

Todos temos direito à saúde e a cultura.

 

 

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