Ubá, MG – O médico psiquiatra Hélio França, na companhia da esposa Vivian e da filha Beatriz, visitou a sede da Andorinhas (Associação Ubaense de Saúde Mental – Artes e Culturas) na sexta-feira 26 de outubro.
Hélio é médico na cidade de Leopoldina (a 80 km de Ubá), onde atua no CAPS local, e disse ter descoberto a Andorinhas por meio de postagens na rede social e página da Associação Ubaense de Saúde Mental – Artes e Culturas no Facebook.
Presente a Andorinhas, Hélio foi recepcionado por associados que atuam em oficinas e projetos sociais. A visita mereceu do próprio médico a escrita de um depoimento, em que ele escreve e dá o seu testemunho sobre o que viu na passagem pela Associação.
Além de conhecer as instalações da entidade, o médico psiquiatra adquiriu cinco exemplares da nova agenda Andorinhas – edição 2019. A ação com as agendas visa angariar fundos para a manutenção da Associação Ubaense de Saúde Mental – Artes e Culturas.
Confira o depoimento escrito pelo médico psiquiatra na íntegra:
“Conheci a Andorinhas fortuitamente através de uma postagem no Facebook. Hoje [25 de outubro de 2018] tive o prazer de visitar pessoalmente a sede, fui recebido por um usuário, Antônio de Pádua, que mostrava com entusiasmo a foto que estampa a capa da agenda da instituição. Antônio não esconde sua ligação a esse lugar, tão importante em sua vida. Um espaço de convivência não é um dispositivo de tratamento, muito mais do que isso, é onde as histórias de uma vida podem ser contadas, desenhadas e sentidas. Pode servir também como uma espécie de cais, um ponto de segurança em meio à tempestade. Cinco minutos bastaram para entender que aqui os usuários assumiram um papel de protagonismo, empoderados, deixam suas marcas em todo canto, formulam suas regras, cuidam dos afazeres e estabelecem em comum acordo sua própria ética. As oficinas de musica, fotografia e arte, são conduzidas com intuito terapêutico, um meio de elaboração, de exteriorizar sentimentos, de registrar as vivências. O resultado são telas que adereçam as paredes com cores, formas e texturas diversas. Expressão de suas narrativas (que não se resumem mais a desordem do sofrimento), as fotografias expõem individualidades, o território por onde passam e vivem, os laços existentes. Conheci uma equipe de profissionais que mantém uma relação horizontal com seus usuários, deixando de lado qualquer tipo de imposição normativa. Assistindo sem assistencialismo, cuidando para que cada um possa se encontrar à sua maneira, com dignidade. Saio dessa casa admirado e marcado por essa experiência. Andorinhas é um exemplo gratificante para todos aqueles que acreditam na reforma psiquiátrica.”
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Assessoria de comunicação Andorinhas
Fotos: Sônia Márcia de Abreu e Stéfano de Oliveira